A busca por conhecimento e a sua posterior aplicação gera o que chamamos de aprendizado, e ao colocarmos esse aprendizado em prática, adquirimos experiência. Quanto mais experiência temos em um determinado assunto ou função, mais especialistas nos tornamos sobre ele. No entanto, em um momento em que a tecnologia do Big Data e da Inteligência Artificial vem sendo cada dia mais explorada por empresas em todo o planeta, as decisões baseadas em impressões humanas têm sido vistas com desconfiança, quando não com descrédito.
A pergunta é: em um mundo em que os dados são cada vez mais utilizados na tomada de decisões, sobra espaço para a boa e velha intuição, baseada na experiência?
Cenário atual
Uma pesquisa realizada pela consultoria Capgemini e pela Economist Intelligence Unit entrevistou 607 gestores sêniores e líderes na área de TI sobre a influência do Big Data nas tomadas de decisões corporativas. Do total de entrevistados, aproximadamente 66% admitiram que em suas empresas as decisões e ideias surgem a partir da análise das informações coletadas, e mais da metade apresentaram desconfiança sobre resoluções tomadas com base somente na experiência e na intuição. Além disso, quase 60% pretende aumentar os investimentos em Big Data.
De forma geral, há um consenso de que decisões tomadas com o apoio da tecnologia de Big Data têm se mostrado mais qualificadas e assertivas, e consequentemente têm se estabelecido como uma forte vantagem competitiva. A análise rápida e eficiente dos dados são uma ferramenta que têm a capacidade de otimizar processos em tempo real, o que torna as empresas capazes de reagir mais dinâmica e instantaneamente frente à concorrência e às mudanças do mercado.
Habilidades humanas
Nesse cenário, qual vai ser então o lugar das habilidades humanas? Se você pensa que elas são totalmente dispensáveis e irrelevantes no novo panorama tecnológico vigente, está completamente enganado.
Se o Big Data proporciona uma análise extremamente veloz de milhões de dados disponíveis que podem interessar às empresas, muitas vezes o conhecimento e experiência entram na leitura, compreensão e aplicação dessas análises. Por mais completos que sejam os resultados atingidos através da Inteligência Artificial e do Machine Learning, normalmente a melhor forma de aplica-los é levando em consideração a expertise de um ser humano.
Pata ilustrar, a companhia de softwares Applied Predictive Technologies tem um case de um cliente que optou por fazer um teste de efetividade colocando publicidade em jornais impressos, para ver se eles trariam aumento das vendas. No fim das contas, o aumento não aconteceu, e os clientes retornaram a APT, para verificar se as previsões realizadas com base no Big Data estavam corretas. Diante da afirmativa, o cliente indagou então a agência de publicidade responsável, e descobriu que um erro de execução tinha acontecido por parte dela. Esse foi um caso em que a intuição foi importante para desvendar onde estava a falha.
A conclusão é que a rivalidade entre capacidades humanas e tecnológicas nas tomadas de decisões é desnecessária e infrutífera. Uma precisa da outra e, no melhor dos cenários, são suas especificidades e capacidades somadas que potencializam as chances de melhores resultados.
BigData Corp.