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Invista em um negócio cross-border sem olhar o valor do dólar
Pode parecer um contrassenso, mas, quando o assunto é exportar, não dê tanta atenção ao dólar. Claro que, se a moeda norte-americana estiver valorizada, tanto melhor. Mas não se deixe cegar por um cenário de câmbio favorável, porque você também terá de lidar, em algum momento (ou vários, dependendo do cenário econômico), com um real mais forte. O importante, portanto, é que você invista em uma política entre fronteiras  sustentável, que deve ser mantida independentemente das vantagens de uma moeda local fraca ou momentaneamente enfraquecida.
 
Até porque, acredite: para o exportador consciente, o dólar ideal é o dólar estável. Quem vende para outros países precisa, isto sim, de um câmbio tranquilo, sem grandes variações, no período que vai do pedido do cliente à entrega do produto. A seguir, algumas dicas de ouro para exportar com segurança, sem se deixar levar pela falsa expectativa de lucros fáceis e maiores.
 
Dedique tempo ao business plan. O mais importante passo antes de se iniciar na aventura da exportação é elaborar um bom plano de negócios. Invista um tempo nisso, pois ele direcionará todos os seus processos posteriores. É o business plan que contém as definições sobre os produtos a serem exportados, a quantidade (atenção especial a seu estoque e à capacidade de produção), os valores culturais dos países importadores (quais as melhores lojas importadoras, no caso de você escolher trabalhar com revendedores) e as barreiras a serem enfrentadas, como idioma, que métodos de cobrança utilizar, nível de segurança transacional e possíveis adaptações de seus produtos para melhor se adequar aos mercados internacionais.
 
Muito cuidado com o câmbio flutuante. Nessa jornada rumo a novos mercados, não dá para correr o risco de colocar o carro na frente dos bois, como se costuma dizer – nem dar passo maior que a perna. Uma dica é jamais superestimar o lucro que um dólar apreciado pode lhe trazer de início. Lembre-se de que o câmbio é flutuante no Brasil e pode cair ou subir bruscamente, comprometendo sua capacidade de quitar dívidas ou pagar por serviços previamente contratados. Ou seja: não “inche” sua empresa com muitos funcionários logo no começo, dê tempo para se acostumar e aprender com o ritmo do processo de produção, venda e entrega.
 
Saiba o que você pode (mesmo) entregar. Outra dica importante é que o candidato a exportador tenha controle total de sua produção e o quanto ela já está comprometida com o mercado interno. A maioria dos PMEs pensa em exportar para aumentar seus ganhos, mas muitos caem na armadilha de tentar substituir lucro em real por lucro em dólar. Se, por um lado, exportar exige um compromisso muito mais intenso com os revendedores e/ou consumidores importadores, por outro, não adianta aproveitar um momento de oportuno dólar alto para direcionar uma porcentagem maior de sua produção para o exterior correndo o risco de não ter o que entregar a seus clientes já estabelecidos no Brasil. Essa regra faz ainda mais sentido se você escolher vender diretamente ao consumidor, via e-commerce.
 
Busque informação de quem entende. O começo de uma aventura internacional pode ser traumática se você não tiver em mãos a melhor informação possível. Mantenha nos Favoritos de seu browser, entre outros, os links da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), que são ótimas fontes para serem consultadas sempre que um problema aparecer. E tenha um profissional especialista em transações entre fronteiras na memória de seu smartphone. Esse é o tipo de serviço terceirizado no qual vale a pena investir antes mesmo de iniciar suas vendas além-fronteiras.
 
Saiba a melhor maneira de entregar seus produtos. A mais barata é via marítima, claro, mas isso significa que seu cliente terá de esperar mais para receber o que comprou (seja ele um revendedor ou um consumidor final). Por outro lado, se seu produto tem alto valor agregado (ou se o comprador tiver urgência na entrega, por exemplo), pode ser uma boa ideia oferecer pelo menos uma opção via aérea, mesmo que a mais básica. Lembre-se: o frete pode ser um bom amigo, mas também representar um aumento considerável de custo, o que acabará impactando em sua margem de lucro.
 
Se optar pelo e-commerce, ele precisa ser responsivo e poliglota. A última dica que posso dar, caso você faça a opção pela venda diretamente ao consumidor, é que você invista em um site responsivo, ou seja, que se adapte automaticamente à tela de qualquer dispositivo que o usuário/cliente esteja usando – seja ele um desktop, um notebook, tablet ou smartphone. Aliás, o Google anunciou, no finalzinho do ano passado, que está investindo em um mecanismo de busca exclusivo para ambiente mobile, mais um motivo para apostar em um e-commerce responsivo. E trate de investir também em um site que “fale” o idioma do país para onde você pretende exportar. Segundo pesquisa internacional que a Ipsos realizou a pedido do PayPal em 2016, compradores online têm maior propensão de comprar em sites estrangeiros que oferecem Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) em sua própria língua (47%), por exemplo.

Gabriela Szprinc, head de PMEs do PayPal Brasil

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