4 quilômetros de novas lojas por dia: o que a digitalização tem a ver com inclusão social
No último ano, 789 novas lojas online foram criadas por dia no Brasil. Se fôssemos aplicar esse volume no mundo físico, considerando uma média de 5 metros de fachada para cada loja, seriam 4 quilômetros lineares de comércio sendo criados por dia no País. No ano, daria para cobrir a distância de Salvador ao Rio de Janeiro com lojas novas. Sabe como isso foi possível? Graças à digitalização da economia.
Antes do avanço das ferramentas digitais, o empreendedor precisava alugar um espaço físico, comprar equipamentos e mobiliários, contratar e treinar equipe, fazer propaganda, entre outros passos. Eram demandados meses de preparação e alguns milhares de reais. Se fosse um e-commerce, além desses passos, contrataria desenvolvedores para escrever os códigos e a programação da loja virtual, com um custo elevadíssimo. O alto investimento necessário construía uma barreira instransponível para a maioria da população empreendedora.
Hoje, isso é passado – e que bom! No momento em que milhares de brasileiros se viram sem emprego durante a pandemia foram as ferramentas digitais acessíveis que possibilitaram o empreendedorismo e a geração de renda quando inexistiam alternativas. Por isso falamos tanto da forte ligação da digitalização da economia com a inclusão social.
Em 2021, tivemos um crescimento de 22% no número de e-commerce, chegando a 1,59 milhão de lojas online no Brasil, segundo a pesquisa “Perfil do E-commerce Brasileiro”, feita pelo PayPal e pela BigDataCorp. O levantamento também apontou que 52% delas têm faturamento de até R$ 250 mil ao ano e 82% foram constituídas usando algum tipo de plataforma, ou seja, com modelos preexistentes de e-commerce, que dispensam conhecimentos de programação. Podemos também falar da relevância adquirida no último ano dos aplicativos de gastos diários e de delivery, como mercado, restaurantes, farmácia, mobilidade, entre outros, que contam com 611.800 empresas únicas, muitas delas lançadas nesse ambiente durante a pandemia.
Os números refletem a nova realidade que a conjunção entre tecnologia e empreendedorismo criou no País. As ferramentas digitais e o acesso à internet possibilitaram que quem tivesse algo de valor a oferecer, produtos ou serviços, encontrasse e atraísse clientes, de forma profissional e sem a necessidade de sair de casa. Trata-se do verdadeiro empoderamento individual.
Os meios de comunicação também foram democratizados. As redes sociais fizeram com que cada um passasse a ter seu próprio “outdoor” e, desde que começamos a medir o e-commerce brasileiro, em 2015, o número de empresas que usam as redes sociais só aumenta. Elas já são adotadas por cerca de 69% das lojas online. O Facebook é a rede social preferida, usada por 53,96% dos comércios eletrônicos do País, o YouTube por 45,82%, o Twitter por 31,10%, seguido pelo Instagram (27,84%), e o Pinterest (5,43%). Além de divulgar produtos e serviços, as redes sociais servem de canal de atendimento e como meio para construção de relacionamento e conhecimento sobre o público da empresa.
Por fim, podemos falar da importância da digitalização dos serviços financeiros. Temos as plataformas de checkout prontas e à disposição dos empreendedores, com fácil integração, variedade de opções de pagamento e métodos antifraude. Soma-se a isso a multiplicação de ofertas de serviços financeiros digitais, como linhas de crédito mais acessíveis. Essa é uma questão importante e urgente: inclusão digital e foco em estratégias para democratizar a gestão e a movimentação de dinheiro. E já acompanhamos diversas iniciativas disruptivas nesse sentido.
Eu diria que este é um caminho sem volta e quem quiser largar na frente no pós-pandemia vai precisar investir parte de seu tempo na ampliação do e-commerce, claro, mas também no gerenciamento de seus perfis nas redes sociais, que podem turbinar vendas online e criar um relacionamento perene com os clientes.
Isso vai ao encontro do que empresas como o PayPal defendem no mundo inteiro – e mais ainda em países emergentes, como o Brasil. Quanto mais pudermos digitalizar a economia, mais inclusivos seremos. No pós-pandemia, nada será como antes. E teremos muitas oportunidades de continuar usando a tecnologia para promover a plena integração da população na economia global, gerando renda e desenvolvimento para cada vez mais brasileiros e brasileiras.