A pesquisa “Perfil do E-Commerce Brasileiro” revela que quase metade das lojas online teve um faturamento de até R$250 mil no último ano
Mesmo após a retomada das compras no varejo físico, o setor de e-commerce no Brasil segue em expansão. Em 2022, a quantidade total de lojas online no Brasil registrou um novo recorde, chegando a 1,6 milhão, aumento de 2,8% em comparação ao ano anterior. O levantamento registrou uma queda na participação de lojas com faturamento anual de até R$ 250 mil, recuando de 53% de participação em 2021 para 48% este ano. No entanto, negócios que vendem até R$ 1 milhão anualmente ainda correspondem a 65% do total. Os dados fazem parte da 8ª edição da pesquisa “Perfil do E-Commerce Brasileiro”, realizada pela BigDataCorp, em parceria com o PayPal, líder global em pagamentos eletrônicos.
Leonardo Sertã, Head de desenvolvimento de mercado do PayPal Latam, analisa que vender online é atualmente a forma mais fácil de começar e desenvolver um negócio. “Durante os últimos anos, vimos um crescimento exponencial dos negócios online graças à democratização de tecnologias que reduziram as barreiras financeiras e de conhecimento para iniciar um e-commerce. As pessoas se sentiram mais motivadas a tirar o sonho de empreender do papel. O consumidor, por sua vez, também tomou gosto pela compra online e manteve hábitos adquiridos ou aumentados durante a pandemia”, diz o executivo.
A pesquisa aponta que a maioria dos negócios não possui empregados formais. No entanto, houve um crescimento de 2021 para 2022 na parcela de empresas que tem acima de dois colaboradores contratados, que hoje totalizam 21%. O estudo “Perfil do E-Commerce Brasileiro” indica também uma diversificação de canais de venda: a proporção de e-commerce que possuem loja física é a maior desde a primeira edição da pesquisa, em 2015, representando 19% do total. Os marketplaces também estão ganhando mais atenção. O número de e-commerces presentes em pelo menos um marketplace aumentou em 11% em quatro anos.
"Hoje podemos notar que o cliente está mais atento às suas escolhas. A jornada do consumidor começa muitas vezes nas redes sociais ou em sites de busca, de olho nas melhores ofertas, e a compra é concretizada em lojas físicas, ou até mesmo por meio de aplicativos mensagens. Isso mostra que um dos desafios do empreendedor é ter uma estratégia multicanal para capturar este potencial comprador e oferecer uma experiência de pagamento fácil, rápida e segura”, complementa Sertã.
Nas lojas online são ofertados, principalmente, produtos e serviços com preço menor do que R$ 100 (67%). Já itens com valores acima de R$1 mil tiveram um crescimento expressivo de 2021 a 2022 (12% vs. 20%). Uma grande parcela dos e-commerces, 67%, possuem uma variedade de até 10 produtos à disposição do consumidor. No entanto, a faixa que aponta para mais de uma centena de produtos dobrou em pontos percentuais de 2021 para 2022 (10,62% para 20,76%).
Perfil do empreendedor
O estudo apontou que 67% dos e-commerces são familiares e que a maioria dos empreendedores são homens (62%). Quanto à faixa etária, 86% possuem mais de 36 anos; 25% têm entre 36 e 45 anos; 23% entre 46 a 55 anos; 21% de 56 a 65 anos, e 16% com mais de 66 anos. Os menores índices foram encontrados nas faixas de 26 a 35 anos, com 12%, e de 18 a 25 anos, com apenas 2%.
A preocupação com segurança contra fraudes tem aumentado para os empreendedores: 89% utilizam SSL (Secure Sockets Layer), camada de segurança que criptografa os dados transacionados entre consumidor e loja online. Houve grande aumento na adesão da ferramenta desde 2016 (20% vs 89% em 2022).
Os lojistas também têm investido mais no uso de tecnologia para aprimorar a experiência do cliente: mais da metade dos lojistas conta com o uso das ferramentas de dados Analytics e 62% aceitam carteiras digitais como pagamento.
Confira, a seguir, outros destaques do estudo deste ano:
- Os e-commerces representam apenas 7,79% em relação aos demais tipos de websites no Brasil;
- Cerca de 72% das lojas online contam com mídias sociais, sendo que Facebook é, desde o início da pesquisa, a rede mais utilizada. Destaque para o Instagram que vem ganhando espaço, saindo de 9%, em 2016, para 24% em 2022;
- Houve leve redução no número de plataformas fechadas¹ (64%), seguido de sem plataforma (20%) e de plataformas abertas² (14%);
- As plataformas responsivas, ou seja, sites que são preparados para serem acessados em qualquer tela, seguem crescendo, mas em menor velocidade já que grande parte das lojas já estão adaptadas 86%.
Metodologia
A série Perfil do E-Commerce Brasileiro usa o processo automatizado da BigDataCorp, que coleta dados e inspeciona mais de 1.5 bilhões de sites de todo o mundo continuamente. A análise é feita com base na captura de todo o conteúdo HTML das páginas identificadas como e-commerce e realiza o mapeamento das informações para o estudo. Os dados apresentados foram colhidos na primeira quinzena de setembro de 2022. A captura dos dados demográficos indicados na pesquisa foi feita com base no cruzamento de dados disponibilizados pela lei de acesso à informação e os CNPJs dos e-commerces.
Confira os principais destaques da pesquisa:
Acesse aqui a íntegra do estudo.