A loja, que já nasceu online, existe desde 2015 (parece mentira, mas foi fundada no dia 1º de abril), fruto da conversa de três amigos, os campineiros Larissa Ferreira e Lucas César Lourenço de Moraes e o curitibano Robinson Steven Yuen. Na época, ela namorava o Lucas e havia acabado de terminar o curso de Publicidade e Propaganda na PUC Campinas; já os dois estavam a meio caminho do diploma de engenheiros eletricistas da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
A ideia, inovadora, era criar um e-commerce de brigadeiros – aproveitando que a moça tinha talento nato para as caçarolas e tachos, já vendia boa parte de sua produção artesanal para uma clientela que crescia na cidade, e o mercado para profissionais do marketing em Campinas não estava fácil.
“Mas como é que vocês vão vender brigadeiro online?”, era a pergunta que mais ouviam dos amigos. “A dúvida fazia sentido, já que esse tipo de doce é consumido, normalmente, por impulso, após o almoço, por exemplo”, diz Robinson. Foi quando tiveram a ideia de ir além do brigadeiro comum e criar um produto premium, que não tivesse concorrência na região.
A brigaderia online criada pelo trio tinha também uma outra premissa: entregas rápidas, no máximo no dia seguinte. O sucesso na cidade foi imediato – e a
Brigatto começou a ganhar, no boca a boca, clientes também nas cidades vizinhas, incluindo a nem tão vizinha assim São Paulo.
O PayPal entrou na vida de Robinson, Lucas e Larissa em 2016, quando uma cliente brasileira (que mora nos EUA) encomendou 14 dos já famosos bolos no pote da Brigatto. “A burocracia para receber o pagamento (além das taxas) fez com que a gente optasse pelo PayPal”, diz Robinson. “É muito mais simples e seguro do que os métodos tradicionais.”
Porém, na venda em questão, havia um outro fator complicador: as barreiras sanitárias internacionais. Exportar alimentos não é algo simples. Neste caso, a cliente se aproveitou de que uma parente estava visitando o Brasil para buscar a encomenda na sede da Brigatto, em Campinas. “A gente só fez questão de avisar que não nos responsabilizávamos pela aparência do produto depois de 12 horas de voo”, diverte-se Robinson. “No final, deu tudo certo.”
Em outra oportunidade, um cliente corporativo nos Estados Unidos encomendou diversos produtos da Brigaderia para que fossem entregues no escritório da companhia em Campinas. E pagou via PayPal.
Aliás, a Brigatto já pensa em deixar de ser 100% online. O trio de sócios tem planos para sua primeira loja-conceito-showroom em Campinas. “Vamos ter mais espaço para conquistar clientes pelo visual”, avisa Robinson. E faz suspense: “Vai ser diferente de tudo o que se conhece em matéria de brigaderia!”.
A julgar pelos números do negócio, ele deve estar certo na aposta: a loja online entrega, mensalmente, cerca de 1.500 brigadeiros e 150 bolos no pote em média. E tem atendido pedidos de eventos em Campinas e adjacências com frequência cada vez maior. Em fevereiro deste ano, por exemplo, graças ao calendário de feiras da região, a empresa bateu o recorde de 4 mil brigadeiros vendidos.
Quem foi que disse que vida de empreendedor no Brasil não pode ser doce?