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Investir em poupança: ainda vale a pena?
Aplicação tida como a favorita dos brasileiros, ano sim, ano também, a caderneta de poupança amarga seguidos resultados negativos de captação desde que a crise econômica se intensificou. De janeiro a setembro de 2016, informam os dados do Banco Central, os saques superaram os depósitos em nada menos que R$ 50,539 bilhões. Nos últimos 21 meses, apenas no solitário dezembro de 2015 houve saldo positivo, de R$ 4,789 bilhões, em razão provavelmente do pagamento do décimo terceiro.
 
O ano caminha para novo recorde de perdas de recursos. Em 2015, a captação líquida ficou negativa em R$ 53,567 bilhões, contra resultado positivo de R$ 24,033 bi um ano antes e de R$ 71,047 bilhões em 2013. Em nove meses de 2016, as perdas da poupança já se aproximam 95% do saldo negativo registrado em todo o ano passado. E faltam três meses para 2016 chegar ao fim. Para entender a situação das cadernetas, veja a lista de perguntas e respostas abaixo:
 
Qual o motivo da saída de recursos da poupança?
É a combinação nefasta de queda de renda, aumento do endividamento e perda de rentabilidade que tem afastado os investidores da poupança. O aumento do desemprego e da inflação tira renda das famílias. Assim, não sobra dinheiro para poupar. Os brasileiros também estão mais endividados, por causa da falta de trabalho e da elevação dos juros. Quem tem dinheiro aplicado acaba sacando para se livrar das dívidas. Por fim, as cadernetas estão rendendo menos que outras aplicações.
 
Quanto rende a caderneta?
Historicamente, a poupança rende TR mais 0,5% ao mês ou 6,17% ao ano. Em 2012, o governo inseriu nova regra. Toda vez que a taxa básica de juros chega a 8,5% ao ano ou menos, a caderneta passa a render 70% da Selic. Esse modelo vigorou de maio de 2012 a agosto de 2013, período em que os juros básicos chegaram ao mínimo histórico de 7,25% ao ano. Três anos atrás, quando a Selic voltou a subir, a rentabilidade da poupança retornou ao cálculo original. Com a inflação em alta, a caderneta passou a remunerar mal os aplicadores.
 
O que é melhor, poupança ou fundo de investimento?
Com o IPCA acima da meta (este ano, deve fechar em 7,3%) e a Selic elevadíssima (está em 14,25% ao ano desde julho de 2015), a caderneta perde em rentabilidade para fundos de renda fixa, CDB e Tesouro Direto. Enquanto os fundos rendem mais de 1% ao mês, a poupança não passa de 0,65%. A caderneta rende menos, mesmo considerando o desconto do Imposto de Renda pago pelas outras aplicações.
 
A poupança ainda é vantajosa para alguém?
A poupança é uma aplicação simples, recomendável ao pequeno investidor. É isenta de impostos e de taxa de administração. Não depende de abertura de conta corrente e não tem limite mínimo de aplicação. O poupador pode começar com uma pequena quantia e migrar para opções mais rentáveis, quando o montante engordar. Os depósitos da poupança também são cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até o limite de R$ 250 mil, os fundos, não. 
 
Há algum risco para a economia na perda de recursos da poupança?
É o dinheiro da caderneta que financia boa parte do sistema habitacional. Se entram menos recursos na poupança, cai o volume de dinheiro que os bancos têm para os empréstimos voltados à compra da casa própria. Isso gera desequilíbrio no sistema.
 
 

Flávia Oliveira, Jornalista

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